Entrevista
a Bernardo Sassetti
pelas alunas Paula Miranda e Susana Magalhães
da Escola Profissional de Música de Viana do Castelo, em 2010
Nasceu em Lisboa em Junho de 1970.
Iniciou os seus estudos de piano clássico aos nove anos com a professora Maria
Fernanda Costa e, mais tarde, com o professor António Menéres Barbosa, tendo
frequentado também a Academia dos Amadores de Música.
Dedicou-se ao Jazz, estudando com Zé Eduardo, Horace Parlan e
Sir Roland Hanna.
Em 1987, começou a sua carreira profissional, em
concertos e clubes locais, com o quarteto de Carlos Martins e o Moreiras
Jazztet. Participou em inúmeros festivais com Al Grey, John
Stubblefield, Frank Lacy, Andy Sheppard, entre outros. Desde então, apresentou-se por todo o mundo ao lado de Art Farmer, Kenny Wheeler,
Freddie Hubbard, Paquito D´Rivera, Benny Golson, Steve Nelson, integrado na
United Nations Orchestra e no quinteto de Guy Barker, entre outros.
Como compositor, escreveu suites para piano e orquestra e para 2 pianos e
orquestra, entre muitas outras peças para pequenas formações.
Das gravações editadas em seu nome registam-se as seguintes: Salssetti; Conrad
Herwig + Trio Bernardo Sassetti – Live; Mundos; Nocturno (1º
prémio Carlos Paredes); Mário Laginha/Bernardo Sassetti; Índigo, Livre;
Grândolas (em duo com Mário Laginha); Ascent (1º prémio Carlos Paredes); banda
sonora do filme Alice (2005); Unreal –
Sidewalk Cartoon; banda sonora da peça de teatro Dúvida e 3 Pianos (em trio com
Mário Laginha e Pedro Burmester).
Dedicou-se regularmente à música para cinema, tendo realizado vários trabalhos, entre os quais se destaca a sua participação no filme
The Talented Mr. Ripley, de Anthony Minguella.
Os seus mais importantes trabalhos de composição para cinema são os seguintes:
Maria do Mar de Leitão Barros, Facas e Anjos de Eduardo Guedes, Quaresma de
José Álvaro Morais, A Costa Dos Murmúrios de Margarida Cardoso, Alice de Marco
Martins, 98 OCTANAS de Fernando Lopes.
Para Teatro, compôs a música de A Casa de Bernarda Alba (encenação de Diogo
Infante e Ana Luísa Guimarães), Frei Luís de Souza – Uma Leitura Encenada por Ricardo Pais e Dúvida
(encenação de Ana Luísa Guimarães), editado recentemente em CD.
Presentemente, e como concertista, apresenta-se em piano solo, em trio com
Carlos Barretto e Alexandre Frazão, em duo com o pianista Mário Laginha ou em
trio de pianos com Mário Laginha e Pedro Burmester
1-
Como
foi a experiência de trabalhar um repertório de enorme maturidade com os jovens
da nossa orquestra?
BS - Foi uma
experiência brilhante e enriquecedora. Tivemos oportunidade de dialogar muitas
vezes, tanto em grupo como individualmente, e estes dois dias de intenso
trabalho revelaram pequenas coisas nas quais eu não acreditava totalmente.
Enganei-me. Estes jovens mostraram um entusiasmo e uma dedicação fora do comum.
Ouviram as minhas ideias sobre cada um dos movimentos e reproduziram-nas,
tocando, de forma quase definitiva. Inesquecível.