quarta-feira, 12 de maio de 2010

Entrevista a Jean-François Lézé, 2010


Entrevista a Jean-François Lézé
 para a Escola Profissional de Música de Viana do Castelo, por Francisca Bastos, em 2010

Percussionista, pianista e compositor nascido em França. Terminou os seus estudos no CNSM de Lyon nas classes de percussão e piano de François Dupin, Georges Van Gught e Roger Muraro.  Foi Chefe de Naipe da Orquestra Metropolitana de Lisboa, professor da Academia Nacional Superior de Orquestra,  professor de repertório de orquestra e leitura à 1ª vista na Escola Superior de Música Artes do Espectáculo.  
Actualmente, é Chefe de Naipe da Orquestra Nacional do Porto e professor de Projectos Colectivos e Improvisação da EPMVC. A sua intensa actividade pedagógica permitiu criar a melhor geração de percussionistas portugueses que hoje em dia trabalham nas principais orquestras. Tem sido convidado como solista para interpretar o Concerto pour percussion et Orchestre de Jolivet, o Concerto para Marimba solo e Orquestra de Cordas de N. Rosauro, a Suite em quatro andamentos para Marimba, vibrafone, piano e Orquestra de Bernardo Sassetti, e estreou o Ricercare de Filipe Pires para Marimba e Orquestra Sinfonica.
Colaborou em projectos de música de câmara com artistas como Artur Pizarro, Katia e Mariel Labeque, Natalia Gutman, Bernardo Sassetti e Mário Laginha. Tem os seus trabalhos editados em França pela Edition François Dhalmann, na Suíça pelas Editions BIM e em Portugal na AVA Musical Editions.

1.    Como surgiu esta disciplina (Projectos Colectivos e Improvisação) no currículo do Curso de Instrumentista?

A Dra. Carla Barbosa teve a ideia de criar a disciplina (original e única em Portugal) e convidou-me para orientá-la, tendo como objectivo principal o desenvolvimento da criatividade artística.





2.    Como surgiu a ideia de aliar a improvisação e a música à poesia, como aconteceu, por exemplo, no Espectáculo: “Fernando Pessoa – Singularidade e Pluralidade”?

Surgiu de uma escolha temática para “alimentar e enriquecer” a poesia de Fernando Pessoa com a música, recorrendo às diversas formas artísticas (teatro, improvisação, composição, narração…).

3.    Considera que a interdisciplinaridade (Improvisação – Português) foi benéfica para os alunos?

Absolutamente. O facto de “criar, compor, improvisar, narrar e actuar” alguns dos mais belos poemas do Pessoa permitiu o desenvolvimento consciente de uma compreensão e sensibilização positiva da poesia.

4.    Considera que esta disciplina pode desenvolver capacidades nos alunos?

Sem dúvida. Desenvolve capacidades de memorização, de sensibilização, de concentração e, mais importante, através da criatividade, a capacidade de ultrapassar a insegurança e desenvolver a auto-confiança e a auto-crítica capazes de melhorar a performance instrumental individual e/ou colectiva.

5.    Como classifica o empenho e evolução dos alunos, como músicos em formação, na actividade desenvolvida na disciplina?

Muito positivo em geral. As capacidades organizativas no que diz respeito ao colectivo podiam melhorar em regra geral , mas as várias turmas de Projectos Colectivos e Improvisação, tanto nos sopros, percussão ou cordas revelam semanalmente e em particular nas audições uma grande qualidade nas prestações artísticas envolvidas e uma constante progressão criativa.

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