Quem não conhece
o famoso slogan da Nike Just do it?
Quem não conhece as três riscas da Adidas?
Miúdos de 7
anos fazem birras por quererem ter roupa de marca, ténis de custo elevado. No
entanto, nem todos os pais conseguem sustentar tais caprichos, mas, para esses
miúdos e adolescentes, a marca é tudo, para ser o “estiloso” na escola e ser
aceite sem quaisquer problemas entre grupos de amigos.
Se um
adolescente usar roupa “barata”, por assim dizer, os colegas vão pensar, “Tu
compraste isso na feira!? Falhado!”
É triste a
realidade da futilidade disto tudo, mas passa-se nos dias de hoje, passa-se em
todas as escolas. Mas não culpo somente os jovens por terem tais
comportamentos, culpo também a publicidade a essas marcas que nos iludem tão
bem. Queremos sempre ter aquilo que não conseguimos alcançar, mas a publicidade
faz-nos querer consumir. Cumprindo assim, também o seu papel.
Pena é
que os jovens não se preocupem mais em com o “ser” do que com o “parecer ser”.
Pena é que os jovens não procurem enriquecer interiormente e se preocupem mais
com o exterior, com a aparência, com aquilo que aparentam ser ou possuir.
Gostaria
que a nossa sociedade fosse menos fútil e incutisse aos jovens outros valores,
como o de se tornarem seres melhores, cidadãos ativos, preocupados com o
ambiente, com questões sociais, com a sua cultura e educação. Porém, a verdade
é que não vivemos numa sociedade perfeita e cabe-nos a nós saber fazer as
nossas escolhas, cabe-nos a nós decidir entre a futilidade material ou a
riqueza interior daquilo que somos e não daquilo que parecemos ser.
Amigos,
preocupem-se com o “ser” e não com o “ter”.
Georges Pereira, aluna da EPMVC, 2013
Falta de cultura
Olho à minha volta e deparo-me com
um país de portas fechadas à cultura. Portugal tem hoje uma percentagem mínima
de população que consome cultura, quase toda ela velha e sem herdeiros. A
cultura de massas venceu!
É triste olhar ao nosso redor e
perceber que o povo português é isto: é estar sentado no sofá ao domingo à
noite, em frente à televisão, a ver a provocadora da Teresa Guilherme, é ouvir
“brasileirada” a toda a hora, é passar horas a invejar/criticar a vida da
vizinha nas redes sociais, é ignorar ou falar mal das artes em geral. E depois
criticam a música pimba e o folclore, e até as beatas da igreja, quando, no
fundo, não somos muito melhor que isso. É preocupante saber que as pessoas
conhecem este ou aquele jogador de futebol do Porto ou do Benfica, quando não
fazem a mínima ideia de quem foi Bach, Rousseau ou Goethe.
É lamentável, mas é mesmo assim, nós
aceitamos aquilo que nos “vendem” barato. E a culpa é nossa que elegemos esta
gente, que os aceitamos, que votamos neles! Depois, as consequências estão à
vista de todos – somos um pequeno país que sofre com a crise
económico-financeira e, pior do que isso, que atravessa uma grande crise de
valores. O nosso país continua de portas fechadas à cultura e ao conhecimento,
enquanto isso continuar a acontecer não vamos evoluir, não vamos ser melhores.
E tudo isto respeitando os gostos e
as opiniões de cada um.
Isa Tavares, aluna da EPMVC, 2013
Crianças ou Adultos?
Atualmente,
vemos rapazes e raparigas com dez anos, ou até menos, a perceberem mais de
tecnologias e informática do que muito adultos, não estou a dizer que isto
prejudique a sociedade, mas, na minha opinião, acho que com essa idade não
deviam dar tanta importância a esses suportes, deviam ler mais livros, utilizar
mais o lápis e o papel.
Ainda hoje fui
a um café e deparei-me com um jovem, sentado com um Tablet na mão e a enviar
mensagens, sem dirigir uma única palavra à sua mãe! Ridículo não é?!
À noite, acedi
ao Facebook, mal abri a página houve
logo uma imagem que se destacou de tudo o resto, uma rapariga de catorze anos
com um cigarro na boca a exibir-se para a câmara. Como eu, muitos espectadores
veem estas imagens e ficam logo com elas gravadas na mente. Porque será?!
Porque será que estas crianças têm este tipo de comportamento? De facto é uma
triste realidade que assistimos todos os dias e que somos “obrigados” a
aceitar.
Marta Miranda, aluna da EPMVC, 2013
O que foi e o que será
É
curiosa a diferença que encontro entre um simples diálogo com uma avó, por
exemplo, e um diálogo que encontro, por mero acaso, porque isso é possível
atualmente, no mural de uma qualquer rede social. Não sou contra as novas tecnologias
nem contra o seu desenvolvimento, até porque também usufruo das suas utilidades
mas, como diria alguém mais velho, tudo o que é demais é erro e, na minha
perspetiva, esse erro tem vindo a desenvolver-se demasiado.
Acho
ridículo um encontro entre amigos se tornar numa sessão fotográfica para ser
exposta a outros “pseudo” amigos que irão comentar tal ato.
Em
poucos momentos a história da minha vida pode ser divulgada ao mundo. Se retratar
a vida de uma criança que só faz asneiras, ficarei rapidamente conhecida e
adorada. Se contar a minha história, serei mais uma entre muitos falhados que
estuda e gosta de obter bons resultados.
Sinceramente,
não quero saber. Não serei um parasita da sociedade.
Susana
Marli, aluna da EPMVC, 2012
A MINHA REALIDADE
Ali estava
eu, em mais uma aula de Português, a falar sobre os textos dos média, quando a
professora nos pediu para fazermos uma crónica. Confesso que não saltei de
alegria no início, mas depois lembrei-me daquilo que faço (ou tento fazer)
todos os dias – música.
Nos dias que
correm, para se ser estrela pop,
basta sabermos cantar umas notinhas afinadas, pôr uns vídeos no Myspace e/ou Youtube. De repente, poof!,
somos conhecidos quase internacionalmente. Isto, enquanto nós, eu e os meus colegas,
estudamos diariamente nesta escola durante seis anos, mais os restantes que
virão da universidade; já para não falar de tudo o que iremos estudar durante
toda a nossa vida até irmos desta para melhor.
Não é que eu
não esteja fascinada no modo como a Lady Gaga exibiu o seu vestido de carne, na
vida romântica de Justin Bieber, que deve ter enchido outro estádio com fãs a
gritar histericamente a letra decorada de todas as suas músicas, ou até na
operação às cordas vocais da Adele. Isto, obviamente, sem querer pôr em causa
os gostos musicais de cada um.
Todos eles (e
muitos mais), ganham balúrdios de dinheiro por aparecerem. Nós estudamos e 95%
não ganhará nem um quarto do que eles ganham. Nós temos talento e esforço, eles
têm máquinas e a sua imagem.
Mas, apesar
disso, tenho orgulho em dizer que estudo e trabalho todos os dias para
conquistar os meus objetivos e sonhos.
Bárbara
Ferreira, aluna da EPMVC, 2012
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