quarta-feira, 22 de maio de 2013

Crónicas

     Quem não conhece o famoso slogan da Nike Just do it? Quem não conhece as três riscas da Adidas?
     Miúdos de 7 anos fazem birras por quererem ter roupa de marca, ténis de custo elevado. No entanto, nem todos os pais conseguem sustentar tais caprichos, mas, para esses miúdos e adolescentes, a marca é tudo, para ser o “estiloso” na escola e ser aceite sem quaisquer problemas entre grupos de amigos.
     Se um adolescente usar roupa “barata”, por assim dizer, os colegas vão pensar, “Tu compraste isso na feira!? Falhado!”
     É triste a realidade da futilidade disto tudo, mas passa-se nos dias de hoje, passa-se em todas as escolas. Mas não culpo somente os jovens por terem tais comportamentos, culpo também a publicidade a essas marcas que nos iludem tão bem. Queremos sempre ter aquilo que não conseguimos alcançar, mas a publicidade faz-nos querer consumir. Cumprindo assim, também o seu papel.
       Pena é que os jovens não se preocupem mais em com o “ser” do que com o “parecer ser”. Pena é que os jovens não procurem enriquecer interiormente e se preocupem mais com o exterior, com a aparência, com aquilo que aparentam ser ou possuir.
    Gostaria que a nossa sociedade fosse menos fútil e incutisse aos jovens outros valores, como o de se tornarem seres melhores, cidadãos ativos, preocupados com o ambiente, com questões sociais, com a sua cultura e educação. Porém, a verdade é que não vivemos numa sociedade perfeita e cabe-nos a nós saber fazer as nossas escolhas, cabe-nos a nós decidir entre a futilidade material ou a riqueza interior daquilo que somos e não daquilo que parecemos ser.
     Amigos, preocupem-se com o “ser” e não com o “ter”.

Georges Pereira, aluna da EPMVC, 2013


Falta de cultura

            Olho à minha volta e deparo-me com um país de portas fechadas à cultura. Portugal tem hoje uma percentagem mínima de população que consome cultura, quase toda ela velha e sem herdeiros. A cultura de massas venceu!
            É triste olhar ao nosso redor e perceber que o povo português é isto: é estar sentado no sofá ao domingo à noite, em frente à televisão, a ver a provocadora da Teresa Guilherme, é ouvir “brasileirada” a toda a hora, é passar horas a invejar/criticar a vida da vizinha nas redes sociais, é ignorar ou falar mal das artes em geral. E depois criticam a música pimba e o folclore, e até as beatas da igreja, quando, no fundo, não somos muito melhor que isso. É preocupante saber que as pessoas conhecem este ou aquele jogador de futebol do Porto ou do Benfica, quando não fazem a mínima ideia de quem foi Bach, Rousseau ou Goethe.
            É lamentável, mas é mesmo assim, nós aceitamos aquilo que nos “vendem” barato. E a culpa é nossa que elegemos esta gente, que os aceitamos, que votamos neles! Depois, as consequências estão à vista de todos – somos um pequeno país que sofre com a crise económico-financeira e, pior do que isso, que atravessa uma grande crise de valores. O nosso país continua de portas fechadas à cultura e ao conhecimento, enquanto isso continuar a acontecer não vamos evoluir, não vamos ser melhores.
            E tudo isto respeitando os gostos e as opiniões de cada um.


Isa Tavares, aluna da EPMVC, 2013


Crianças ou Adultos?
               
Atualmente, vemos rapazes e raparigas com dez anos, ou até menos, a perceberem mais de tecnologias e informática do que muito adultos, não estou a dizer que isto prejudique a sociedade, mas, na minha opinião, acho que com essa idade não deviam dar tanta importância a esses suportes, deviam ler mais livros, utilizar mais o lápis e o papel.
Ainda hoje fui a um café e deparei-me com um jovem, sentado com um Tablet na mão e a enviar mensagens, sem dirigir uma única palavra à sua mãe! Ridículo não é?!
À noite, acedi ao Facebook, mal abri a página houve logo uma imagem que se destacou de tudo o resto, uma rapariga de catorze anos com um cigarro na boca a exibir-se para a câmara. Como eu, muitos espectadores veem estas imagens e ficam logo com elas gravadas na mente. Porque será?! Porque será que estas crianças têm este tipo de comportamento? De facto é uma triste realidade que assistimos todos os dias e que somos “obrigados” a aceitar.

Marta Miranda, aluna da EPMVC, 2013



O que foi e o que será


É curiosa a diferença que encontro entre um simples diálogo com uma avó, por exemplo, e um diálogo que encontro, por mero acaso, porque isso é possível atualmente, no mural de uma qualquer rede social. Não sou contra as novas tecnologias nem contra o seu desenvolvimento, até porque também usufruo das suas utilidades mas, como diria alguém mais velho, tudo o que é demais é erro e, na minha perspetiva, esse erro tem vindo a desenvolver-se demasiado.
Acho ridículo um encontro entre amigos se tornar numa sessão fotográfica para ser exposta a outros “pseudo” amigos que irão comentar tal ato.
Em poucos momentos a história da minha vida pode ser divulgada ao mundo. Se retratar a vida de uma criança que só faz asneiras, ficarei rapidamente conhecida e adorada. Se contar a minha história, serei mais uma entre muitos falhados que estuda e gosta de obter bons resultados.
Sinceramente, não quero saber. Não serei um parasita da sociedade.



Susana Marli, aluna da EPMVC, 2012



A  MINHA  REALIDADE

Ali estava eu, em mais uma aula de Português, a falar sobre os textos dos média, quando a professora nos pediu para fazermos uma crónica. Confesso que não saltei de alegria no início, mas depois lembrei-me daquilo que faço (ou tento fazer) todos os dias – música.
Nos dias que correm, para se ser estrela pop, basta sabermos cantar umas notinhas afinadas, pôr uns vídeos no Myspace e/ou Youtube. De repente, poof!, somos conhecidos quase internacionalmente. Isto, enquanto nós, eu e os meus colegas, estudamos diariamente nesta escola durante seis anos, mais os restantes que virão da universidade; já para não falar de tudo o que iremos estudar durante toda a nossa vida até irmos desta para melhor.
Não é que eu não esteja fascinada no modo como a Lady Gaga exibiu o seu vestido de carne, na vida romântica de Justin Bieber, que deve ter enchido outro estádio com fãs a gritar histericamente a letra decorada de todas as suas músicas, ou até na operação às cordas vocais da Adele. Isto, obviamente, sem querer pôr em causa os gostos musicais de cada um.
Todos eles (e muitos mais), ganham balúrdios de dinheiro por aparecerem. Nós estudamos e 95% não ganhará nem um quarto do que eles ganham. Nós temos talento e esforço, eles têm máquinas  e a sua imagem.
Mas, apesar disso, tenho orgulho em dizer que estudo e trabalho todos os dias para conquistar os meus objetivos e sonhos.

Bárbara Ferreira, aluna da EPMVC, 2012

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