sexta-feira, 22 de maio de 2009

Entrevista a Defensor Moura, 2009


Entrevista a Defensor Moura,
Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo,
para a Escola Profissional de Música de Viana do Castelo, 
por Margarida Faria e Susana Magalhães, em 2009.

Alunas da EPMVC: Nos últimos anos, quais foram as mudanças mais significativas a nível cultural e artístico que observou em Viana do Castelo  ?

Defensor Moura: Durante estes 16 anos como Presidente da Câmara houve de facto mudanças, nomeadamente a nível urbanístico onde houve uma grande transformação de Viana do Castelo, que deixou de ser uma cidade virada para dentro para ser uma cidade aberta ao rio, aberta ao mar, aberta à montanha. 
Portanto, Viana do Castelo abriu-se ao exterior e isso criou oportunidades para que se tornasse mais atractiva. Essa atracção teve a ver também com uma dinamização da actividade da cultura popular, mas também da cultura erudita, nomeadamente através dos concertos de música erudita, do teatro, do bailado, da ópera que tivemos a oportunidade de incrementar durante este período, contribuindo para a mudança que houve na consciência dos vianenses do protagonismo cultural no âmbito do distrito.

Alunas da EPMVC: Considera que a Escola Profissional de Música de Viana do Castelo tem contribuído para as mudanças no concelho a nível cultural? Porquê?

Defensor Moura: A Escola de Música é importantíssima para Viana do Castelo, por isso é que lhe damos tanta atenção e a retiramos de um edifício velho e degradado, que estava na encosta de Santa Luzia, e a trouxemos para este edifício, que estava abandonado, e conseguimos fazer uma obra da qual nos orgulhamos e que também possa ser orgulho para vocês alunos. Infelizmente, não conseguimos ainda usufruir de meios financeiros necessários para fazer a construção do auditório, mas neste momento já está adjudicado um novo auditório que vai servir para a vossa actividade regular de todos os dias, mas também para espectáculos. Penso que será muito importante, para que se consiga criar ali o Átrio da Música. Quando eu propus o nome de Átrio da Música era de facto para ter uma localização da música no referencial de Viana do Castelo para que ali houvesse música todos os dias, para quem quisesse ouvir. Quando falamos da necessidade de ter uma actividade regular é precisamente um espaço que se dedique inteiramente a isso.






 Alunas da EPMVC: A Câmara Municipal de Viana do Castelo tem colaborado de forma activa com a EPMVC. Na sua opinião, o distrito tem beneficiado deste esforço conjunto?

Defensor Moura: Eu acho que sim. Quanto mais se apostar na dinamização cultural dos vianenses, e quando falo dos vianenses falo não só do concelho, mas também de todo o distrito de Viana, estamos naturalmente a contribuir para o desenvolvimento do município e do distrito. A Escola Profissional de Música, tendo alunos de todo o distrito e não só, e está naturalmente a disseminar cultura e a fortalecer este espírito de coesão que deve haver entre todos os vianenses.

Alunas da EPMVC: Considera que os espaços reservados para o desenvolvimento e apresentação de projectos artísticos na cidade são suficientes?

Defensor Moura: São insuficientes. Para começar, falta-nos naturalmente o auditório da Escola Profissional de Música que é fundamental, mas falta também o Coliseu que está em construção e que dentro de um ano estará pronto para oferecer um espaço para espectáculos com mais de 1000 assistentes, que é uma das carências que temos em Viana do Castelo. Além disso, nos antigos Paços do Concelho vai ser construído um pequeno auditório, que vai servir para funcionar a Assembleia Municipal de 2 em 2 meses, mas que vai servir também para pequenos concertos de grupos que podem actuar naquele espaço. Além disso, temos um espaço que infelizmente nos últimos anos tem sido pouco utilizado, que são as igrejas, magníficas igrejas, que podem ser utilizadas regularmente. Mas logo que tenhamos quer o Coliseu, quer o auditório do Átrio da Música, quer os antigos Paços do Concelho os espaços serão suficientes para a vossa actuação e aí podemos pensar em ter um Grupo de Câmara, em ter a Orquestra, que é a minha ambição e que nunca se conseguiu concretizar porque de facto não temos espaço nem actividade regular cultural.

Alunas da EPMVC: Qual é a sua ideia sobre a EPMVC como escola de formação de futuros músicos?

Defensor Moura: Acho importantíssimo! Ao formarmos músicos, não só de Viana do Castelo, mas dos outros concelhos do distrito, estamos a criar condições, não só para criar Grupos de Câmara ou até a Orquestra no futuro, mas também a disseminar a música em todo o distrito.

Alunas da EPMVC: Um dos objectivos da EPMVC é a criação de novos públicos para eventos musicais de qualidade. Do seu ponto de vista, este objectivo tem vindo a ser cumprido?

Defensor Moura: Acho que tem sido. Acho que, primeiro, as vossas actuações no Teatro Sá de Miranda têm um público regular que se mantém, mas também os concertos que temos feito durante o Verão, durante aquele curso de Verão com a Universidade Americana, em que utilizam as vossas instalações, investindo num público regular que se vai mantendo e que penso que já é a garantia de que há um público de música clássica em Viana do Castelo.

Alunas da EPMVC: Acha que a ideia da Orquestra residente do Alto Minho se poderá concretizar a curto prazo? O que seria necessário para que este projecto se concretizasse?

Defensor Moura:Eu acho que público já vamos tendo. Começamos a ter também muitos músicos criados na Escola. Eu penso que a curto prazo, logo que tenhamos um espaço para fazer ensaios regulares e apresentações, portanto, eu penso que dentro de dois anos teremos isso.



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