Entrevista
a Defensor Moura,
Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo,
para a Escola Profissional de Música de Viana do Castelo,
por Margarida Faria e Susana Magalhães, em 2009.
Alunas
da EPMVC: Nos últimos anos, quais foram as mudanças mais significativas a nível
cultural e artístico que observou em Viana do Castelo ?
Defensor Moura: Durante
estes 16 anos como Presidente da Câmara houve de facto mudanças, nomeadamente a nível urbanístico onde houve
uma grande transformação de Viana do Castelo, que deixou de ser uma cidade
virada para dentro para ser uma cidade aberta ao rio, aberta ao mar, aberta à
montanha.
Portanto, Viana do Castelo abriu-se ao exterior e isso criou oportunidades para que se tornasse mais atractiva. Essa atracção teve a ver também com uma dinamização da actividade da cultura popular, mas também da cultura erudita, nomeadamente através dos concertos de música erudita, do teatro, do bailado, da ópera que tivemos a oportunidade de incrementar durante este período, contribuindo para a mudança que houve na consciência dos vianenses do protagonismo cultural no âmbito do distrito.
Portanto, Viana do Castelo abriu-se ao exterior e isso criou oportunidades para que se tornasse mais atractiva. Essa atracção teve a ver também com uma dinamização da actividade da cultura popular, mas também da cultura erudita, nomeadamente através dos concertos de música erudita, do teatro, do bailado, da ópera que tivemos a oportunidade de incrementar durante este período, contribuindo para a mudança que houve na consciência dos vianenses do protagonismo cultural no âmbito do distrito.
Alunas da EPMVC: Considera que a Escola
Profissional de Música de Viana do Castelo tem contribuído para as mudanças no
concelho a nível cultural? Porquê?
Defensor Moura: A
Escola de Música é importantíssima para Viana do Castelo, por isso é que lhe
damos tanta atenção e a retiramos de um edifício velho e degradado, que estava na
encosta de Santa Luzia, e a trouxemos para este edifício, que estava
abandonado, e conseguimos fazer uma obra da qual nos orgulhamos e que também
possa ser orgulho para vocês alunos. Infelizmente, não conseguimos ainda usufruir de
meios financeiros necessários para fazer a construção do auditório, mas neste
momento já está adjudicado um novo auditório que vai servir para a vossa
actividade regular de todos os dias, mas também para espectáculos. Penso que
será muito importante, para que se consiga criar ali o Átrio da Música. Quando
eu propus o nome de Átrio da Música era de facto para ter uma localização da
música no referencial de Viana do Castelo para que ali houvesse música todos os
dias, para quem quisesse ouvir. Quando falamos da necessidade de ter uma
actividade regular é precisamente um espaço que se dedique inteiramente a isso.
Alunas da EPMVC: A Câmara Municipal de Viana do
Castelo tem colaborado de forma activa com a EPMVC. Na sua opinião, o distrito
tem beneficiado deste esforço conjunto?
Defensor Moura: Eu
acho que sim. Quanto mais se apostar na dinamização cultural dos vianenses, e
quando falo dos vianenses falo não só do concelho, mas também de todo o
distrito de Viana, estamos naturalmente a contribuir para o desenvolvimento do município e do distrito. A Escola Profissional de Música, tendo alunos de todo
o distrito e não só, e está naturalmente a disseminar cultura e a fortalecer este
espírito de coesão que deve haver entre todos os vianenses.
Alunas
da EPMVC:
Considera que os espaços reservados para o desenvolvimento e apresentação de
projectos artísticos na cidade são suficientes?
Defensor Moura: São
insuficientes. Para começar, falta-nos naturalmente o auditório da Escola
Profissional de Música que é fundamental, mas falta também o Coliseu que está
em construção e que dentro de um ano estará pronto para oferecer um espaço para
espectáculos com mais de 1000 assistentes, que é uma das carências que temos em
Viana do Castelo. Além disso, nos antigos Paços do Concelho vai ser construído
um pequeno auditório, que vai servir para funcionar a Assembleia Municipal de 2
em 2 meses, mas que vai servir também para pequenos concertos de grupos que
podem actuar naquele espaço. Além disso, temos um espaço que infelizmente nos
últimos anos tem sido pouco utilizado, que são as igrejas, magníficas igrejas,
que podem ser utilizadas regularmente. Mas logo que tenhamos quer o Coliseu,
quer o auditório do Átrio da Música, quer os antigos Paços do Concelho os
espaços serão suficientes para a vossa actuação e aí podemos pensar em ter um
Grupo de Câmara, em ter a Orquestra, que é a minha ambição e que nunca se
conseguiu concretizar porque de facto não temos espaço nem actividade regular
cultural.
Alunas
da EPMVC: Qual é
a sua ideia sobre a EPMVC como escola de formação de futuros músicos?
Defensor Moura: Acho
importantíssimo! Ao formarmos músicos, não só de Viana do Castelo, mas dos
outros concelhos do distrito, estamos a criar condições, não só para criar
Grupos de Câmara ou até a Orquestra no futuro, mas também a disseminar a música
em todo o distrito.
Alunas
da EPMVC: Um dos
objectivos da EPMVC é a criação de novos públicos para eventos musicais de
qualidade. Do seu ponto de vista, este objectivo tem vindo a ser cumprido?
Defensor Moura: Acho
que tem sido. Acho que, primeiro, as vossas actuações no Teatro Sá de
Miranda têm um público regular que se mantém, mas também os concertos que temos
feito durante o Verão, durante aquele curso de Verão com a Universidade
Americana, em que utilizam as vossas instalações, investindo num público
regular que se vai mantendo e que penso que já é a garantia de que há um
público de música clássica em Viana do Castelo.
Alunas
da EPMVC: Acha
que a ideia da Orquestra residente do Alto Minho se poderá concretizar a curto
prazo? O que seria necessário para que este projecto se concretizasse?
Defensor Moura:Eu acho
que público já vamos tendo. Começamos a ter também muitos músicos criados na Escola. Eu penso que a curto prazo, logo que tenhamos um espaço para fazer
ensaios regulares e apresentações, portanto, eu penso que dentro de dois anos
teremos isso.
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