para a Escola Profissional de Música de Viana do Castelo, em 2009
Nasceu em Coimbra em 1968. Estudou
composição na Academia de Amadores de Música com Fernando Lopes-Graça e
concluiu o Curso Superior de Composição com 20 valores na Escola Superior de
Música de Lisboa, com Constança Capdeville e Christopher Bochmann. Ganhou
diversos prémios de composição, nacionais e internacionais, e as suas obras têm
sido encomendadas e tocadas em vários países pelos mais prestigiados
intérpretes. Publicou em 1999 o livro A
invenção dos Sons (Caminho), em 2007 Olga
Prats – Um Piano Singular (Bizâncio) e colabora com The New Grove Dictionary of Music and Musicians.
É professor na Escola Superior de Música de Lisboa e colaborador da RDP – Antena 2, desde 1993. Está actualmente a realizar o Doutoramento no Instituto de Estudos da Criança, Universidade do Minho, sob a direcção de Elisa Lessa e Christopher Bochmann, sendo ainda o responsável pela edição das obras de Fernando Lopes-Graça, iniciativa do Museu da Música Portuguesa (Cascais).
É professor na Escola Superior de Música de Lisboa e colaborador da RDP – Antena 2, desde 1993. Está actualmente a realizar o Doutoramento no Instituto de Estudos da Criança, Universidade do Minho, sob a direcção de Elisa Lessa e Christopher Bochmann, sendo ainda o responsável pela edição das obras de Fernando Lopes-Graça, iniciativa do Museu da Música Portuguesa (Cascais).
Sérgio Azevedo - A
ideia não surgiu de mim, foi uma encomenda da Dra. Carla Barbosa para a AMVC,
ou seja, os compositores compõem porque querem ou, então, é-lhes encomendada
uma obra. Neste caso, a Dra. Carla sugeriu a literatura latino-americana. Dirigi-me
a uma livraria e, de repente, olhei para um livro e lá estava a História de uma Gaivota e do Gato que a
Ensinou a Voar. Mal olhei para o livro pensei que aquela história seria
ideal. Porém, quando voltei a lê-lo deparei-me com o facto de ter 122 páginas e
pôr em música 122 páginas não era possível. Depois, falei com a Dra. Carla e
disse-lhe que já tinha um livro, que inclusivamente fazia parte do Plano
Nacional de Leitura, portanto, à partida, todas as crianças o leriam.
M. F. - Qual é a relação existente entre
as personagens e a Orquestra?
S. A. - Eu procurei uma
abordagem livre dos instrumentos. É claro que há instrumentos ou tipos de
música dedicados em especial a uma personagem, como a tarantela para o gato italiano ou o jazz para a bela gata Bubulina.
M. F. - Em que elementos se inspirou
para compor esta fábula musical?
S. A. - Quando há uma
imagem, o compositor sempre se pode inspirar nela, mas pode cair no erro de ter
uma música demasiado representativa, como por exemplo um descer de escadas será
um xilofone, uma queda, uns pratos etc.
Eu não procurei esse tipo de música, creio que
quando alguém se inspira numa fábula, deve “brincar” com os cânones, embora na
minha obra haja momentos representativos, como o som de gaivotas quando se
representa o porto de Hamburgo e a marcha fúnebre na morte da mãe da gaivota.
M. F. - Por que motivo recorreu a
instrumentos e objectos pouco convencionais?
S. A. - Na realidade eu vejo os
objectos, brinquedos por exemplo, como verdadeiros instrumentos. Uma lata
vulgar pode muito bem substituir uma caixa de rufo, os balões são simples e
baratos e imitam muito bem o som de um chicote. Eu utilizo muitas vezes balões
nos meus concertos, pois são objectos originais e cativam a atenção do público.
M. F. - Como foi feita a transcrição das
ideias da obra literária para o contexto musical?
S. A. - Em cenas de
humor eu criei ritmos mais irregulares, em cenas dramáticas, como a morte da
gaivota mãe, criei uma canção fúnebre. Em princípio, é assim que se transcreve.
M. F. - Quanto tempo demorou a compor a
partitura?
S. A. - A ideia inicial
demorou 15 dias, mas os retoques finais levaram cerca de 6 meses.
M. F. - É a primeira vez que escreve um
conto musical?
S. A. - É, já escrevi
diversas peças, mas nunca um conto musical .
M. F. - E gostou de escrevê-lo?
S. A. - A experiência foi
óptima, na realidade eu já tinha a ideia de escrever um conto musical, mas
ainda não tinha surgido oportunidade.
M. F. - Tem algo mais a acrescentar?
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