Com o intuito de desejar a todos um Feliz Natal o "Folha da Música" publica "Um Natal Inesquecível" e "O meu Natal".
Um
Natal Inesquecível
Era
Natal e toda a família estava reunida na casa da minha tia Rosalina. Como
habitualmente, as crianças estavam a brincar na sala, perto da lareira, onde
havia bonequinhos de Natal e luzinhas. Os adultos estavam divididos. As mulheres
estavam na cozinha a preparar a ceia, enquanto falavam sobre comidas que já
tinham provado. Os homens a falar dos Natais do seu tempo de infância e, pelo
meio das saudosas histórias, soltavam sonorosas gargalhadas. A tradição
mantinha-se…
A
casa estava muito iluminada. Do lado de fora, só se viam luzinhas pequenas
sempre a cintilar, enquanto, no seu interior, pouco mudava. Num canto da sala,
perto da lareira, do lado oposto onde nós, crianças, nos encontrávamos, havia
uma árvore de Natal muito iluminada e, à sua volta, estavam os presentes que
tanto ansiávamos.
Eram
nove da noite, quando os adultos decidiram fazer um jogo connosco o que nos
alegrou, pois era sempre muito divertido: “Caça ao dinheiro”. Os adultos
espalhavam pela sala e pela cozinha notas de 5 e de 10 euros. Para dificultar a
tarefa, tínhamos de pegar numa vassoura pequena, segurá-la com as mãos,
encostar a cabeça à parte de cima do cabo e andar à volta até ficarmos zonzos.
Nós achávamos este jogo muito divertido, pois, quando queríamos ir para a
esquerda, íamos para a direita, e vice-versa. Nesse dia, senti-me sortuda, pois
consegui ganhar 50 euros.
Eram
nove e meia. A toalha vermelha já estava posta em cima da grande mesa de
madeira, com tostas e paté para as entradas do grande jantar. Pouco depois,
veio o famoso bacalhau com batatas cozidas e couves. Todavia, para as crianças,
havia atum e arroz. À sobremesa, não podiam faltar o delicioso bolo-rei, galetes, rabanadas, leite-creme,
aletria, gelatina e coscorões com açúcar e canela. Terminado o jantar, os mais
novos foram novamente brincar para perto da lareira e os que tinham sono foram
dormir um pouco para, à meia-noite, abrirem os presentes que tanto esperavam.
As mulheres foram para a cozinha arrumar a louça e ver televisão. Os homens, na
grande mesa de madeira, já com uma toalha branca, jogavam às cartas com um ar
muito competitivo.
Passado
pouco tempo, já estávamos cansados de brincar. Ligaram-nos a televisão para
vermos um filme. Sozinho em casa, o
filme que é exibido todos os anos na televisão, mas, mesmo assim, continua a ser
engraçado. Estava quase na hora de abrir os presentes e nós, crianças, não
conseguíamos estar quietas com tanta ansiedade. Nem o sono nos parava! Quando
faltavam dez minutos para a meia-noite, a minha mãe foi acordar os meus primos
que tinham ido dormir. Finalmente, chegou o momento mais desejado. O relógio
bateu as doze badaladas e todos começámos a abrir os respetivos presentes.
Nesse Natal, recebi os jogos Bingo e Uno mais os 50 euros que ganhara no jogo
“Caça ao dinheiro”.
Como
todos os Natais, foi um bom momento em família. No entanto, este marcou-me
particularmente, pelo facto de ter ganhado 50 euros, uma vez que nunca
conseguia passar dos 15.
Neste
momento, este Natal não passa de uma simples memória.
Joana Martins, 1ºCISP, Natal 2014
O
Meu Natal
O meu Natal é
simplesmente fantástico! Uma semana antes, já está uma grande agitação na casa da
tia. Enfeites, flores, louça…Tudo a andar de um lado para o outro. Encomendas
da pastelaria, as tias a preparar as rabanadas, a avó a apanhar couves e batatas
da horta, o tio a matar o peru…
Eu, como sempre, estou pronta para ajudar na
decoração, que todos os anos fica lindíssima. Com flocos de neve e pinheiros de
cartão, Pais Natais e bonecos de neve de pano, tudo fica magnificentemente
decorado. O pinheiro parece de ouro com a luz das velas, e a mesa, a maravilha
das maravilhas, com uma toalha vermelha com azevinhos, louça fina e branca como
a neve, copos de cristal, talheres tão brilhantes que parecem mesmo prata… Mas
o melhor de tudo vem agora! As rabanadas, o pudim, o bolo-rei, o pão de ló, os
biscoitos de chocolate, as bolas de berlim, os bolos de chocolate, coco,
morango, musse de chocolate e muitas outras deliciosas receitas que só as
minhas tias sabem fazer. O bacalhau cozido, o bacalhau à braz, o peru e o
leitão assados…
Tantas coisas divertidas para fazer. Como não
podia faltar, à meia-noite, abrem-se as prendas. No fim, vem a triste
despedida, que só por momentos acontece, pois, no dia seguinte, encontramo-nos
de novo.
Joana Rodrigues de Vilas Boas
1º CBI, Natal 2014