Poema de Chocolate
Bem
quente derretido,
Seu
cheiro causa saliva.
A
boca que transpira
Misturo
o branco com o amargo,
Vou
misturando os dois chocolates.
Ai
que isso me faz um estrago!
Esse
desejo chega a ser um disparate!
Uma
calda que ali borbulha,
Está
grosso e bem brilhante.
Só
o cheiro… é uma tortura,
Se
deixar devoro tudo num instante.
Essa
calda de puro chocolate,
É
uma louca e saborosa tentação.
Essa
fragrância até tem perfume,
Chocolate
é pura sedução.
Beatriz Barros, 1º CBI, 1º prémio
O
dia em que a Mãe - Natureza desapareceu
Antes de serem criados Adão e Eva,
os animais falavam. Eles eram letrados, mais do que os monges medievais, e
andavam sobre duas patas. Nessa época, já não havia dinossauros. Havia uma
ligeira diferença entre animais nobres e animais campestres. Os campestres eram
como o povo na Idade Média e os nobres eram tratados como os nobres. Dividiam o
seu território tal como no Apartheid, onde se destacou o grande Nelson Mandela,
que, nesta história, será, obviamente, um animal.
A classe social dos nobres continha
os mais bonitos, importantes, ágeis e raros animais tais como: lebres, coelhos,
aves raras, cães, gatos, veados, alces, flamingos, avestruzes e codornizes. Na
classe oposta, os campestres, estavam os mais feios, sábios, pequenos e
camuflados animais: tartarugas, burros, aranhas, vacas, touros, camaleões,
porcos, ovelhas, galinhas e ursos.
A Mãe-Natureza, filha de Deus, era
responsável por todas as espécies. O pai tinha-lhe incumbido a tarefa de vigiar
os animais, ouvi-los e cuidar deles. Deus vivia num castelo guardado por alces
e touros, que, apesar de serem de classes diferentes, eram dos animais mais
corajosos. Um dia, a Mãe-Natureza entrou apressada no Castelo.
- Pai, estou farta destes animais.
Quero ir embora e deixá-los.
Os
guardas, ao ouvir isto, foram contar aos outros guardas que, por sua vez,
contaram às populações.
Antes de a Mãe-Natureza abandonar a
zona onde estavam os animais, toda a população já sabia e entrou em guerra. Uns
culpavam os nobres por serem arrogantes e não serem justos, outros achavam que
os campestres é que tinham culpa por serem fracos e não oferecerem luta aos
mais fortes. Aqui interveio o nosso herói, Alcides, a tartaruga mais velha que
alguma vez existiu.
Alcides tinha sido preso pelos nobres, antes
de ter nascido a Mãe-Natureza, e foi libertado no dia do nascimento desta
criança. Na prisão, aprendeu muito e, devido à falta de sol que desidrataria a
sua pele, ele não envelheceu muito. Este herói estava muito velho e, com
algumas frases sábias, cativou a população:
- A culpa não é só de uma classe, é
de todos nós que nada fazemos para mudar. É daqueles que controlam e que deixam
ser controlados, dos que falam eternamente e dos que ouvem fartamente, dos que
dizem que vão melhorar e dos que pioram, dos que julgam e dos julgados. A culpa
é de todos. Por isso, todos juntos vamos trazer a Mãe-Natureza de volta.
Mas de nada adiantou. Os animais
começaram a barafustar e a achar aquelas ideias parvas. Era final do dia e,
quando o sol se pôs, apareceu a Mãe-Natureza, que só tinha passado um dia de
férias. Ao ver aquela barafunda toda, usou os poderes que o seu pai lhe tinha
concedido, calou os animais e pô-los todos de quatro patas acabando de vez com
aquilo. Quando pegou em Alcides, este já estava morto e correu para o castelo.
No castelo, estava seu pai que, quando soube
da notícia da morte da tartaruga heróica, pegou nela e lhe deu vida com todos
os dons que a sua filha tinha tirado aos animais. A tartaruga reencarnou sobre
a forma de humano, de nome Adão, mas sem memórias da sua vida como animal. Por
isso, todos os homens são os antigos animais que perderam a memória e os seus
poderes. Deste facto, surgiu algum ódio pelos animais aos homens e a, partir de
então, algumas espécies começaram a atacar os humanos.
Eduardo
Lima, 2º CBI, 2º prémio
O Cinzento
Da
janela do meu quarto, observo-me.
Estou
como o dia
E
como a chuva
que
dança ao sabor do vento.
Danço
ao paladar das minhas emoções,
Sem
sabor.
Movimento-me
como um boneco,
Desarticulado.
Olho
em redor do meu quarto,
As
pinturas de parede contrastam com o dia
Cores
lilases confrontam
Um
estado de melancolia.
Dia
cinzento.
Maria João Ribeiro, 1ºCBI, Menção Honrosa
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