terça-feira, 15 de julho de 2014

Concurso de Textos EPMVC 2013/2014 - Curso Básico de Instrumento - textos premiados

Poema de Chocolate



Bem quente derretido,
Seu cheiro causa saliva.
A boca que transpira
E ainda não esteve envolvido.

Misturo o branco com o amargo,
Vou misturando os dois chocolates.
Ai que isso me faz um estrago!
Esse desejo chega a ser um disparate!

Uma calda que ali borbulha,
Está grosso e bem brilhante.
Só o cheiro… é uma tortura,
Se deixar devoro tudo num instante.

Essa calda de puro chocolate,
É uma louca e saborosa tentação.
Essa fragrância até tem perfume,
Chocolate é pura sedução.          
Beatriz Barros, 1º CBI, 1º prémio



O dia em que a Mãe - Natureza desapareceu



            Antes de serem criados Adão e Eva, os animais falavam. Eles eram letrados, mais do que os monges medievais, e andavam sobre duas patas. Nessa época, já não havia dinossauros. Havia uma ligeira diferença entre animais nobres e animais campestres. Os campestres eram como o povo na Idade Média e os nobres eram tratados como os nobres. Dividiam o seu território tal como no Apartheid, onde se destacou o grande Nelson Mandela, que, nesta história, será, obviamente, um animal.
            A classe social dos nobres continha os mais bonitos, importantes, ágeis e raros animais tais como: lebres, coelhos, aves raras, cães, gatos, veados, alces, flamingos, avestruzes e codornizes. Na classe oposta, os campestres, estavam os mais feios, sábios, pequenos e camuflados animais: tartarugas, burros, aranhas, vacas, touros, camaleões, porcos, ovelhas, galinhas e ursos.
            A Mãe-Natureza, filha de Deus, era responsável por todas as espécies. O pai tinha-lhe incumbido a tarefa de vigiar os animais, ouvi-los e cuidar deles. Deus vivia num castelo guardado por alces e touros, que, apesar de serem de classes diferentes, eram dos animais mais corajosos. Um dia, a Mãe-Natureza entrou apressada no Castelo.
            - Pai, estou farta destes animais. Quero ir embora e deixá-los.
Os guardas, ao ouvir isto, foram contar aos outros guardas que, por sua vez, contaram às populações.
            Antes de a Mãe-Natureza abandonar a zona onde estavam os animais, toda a população já sabia e entrou em guerra. Uns culpavam os nobres por serem arrogantes e não serem justos, outros achavam que os campestres é que tinham culpa por serem fracos e não oferecerem luta aos mais fortes. Aqui interveio o nosso herói, Alcides, a tartaruga mais velha que alguma vez existiu.
             Alcides tinha sido preso pelos nobres, antes de ter nascido a Mãe-Natureza, e foi libertado no dia do nascimento desta criança. Na prisão, aprendeu muito e, devido à falta de sol que desidrataria a sua pele, ele não envelheceu muito. Este herói estava muito velho e, com algumas frases sábias, cativou a população:
            - A culpa não é só de uma classe, é de todos nós que nada fazemos para mudar. É daqueles que controlam e que deixam ser controlados, dos que falam eternamente e dos que ouvem fartamente, dos que dizem que vão melhorar e dos que pioram, dos que julgam e dos julgados. A culpa é de todos. Por isso, todos juntos vamos trazer a Mãe-Natureza de volta.
            Mas de nada adiantou. Os animais começaram a barafustar e a achar aquelas ideias parvas. Era final do dia e, quando o sol se pôs, apareceu a Mãe-Natureza, que só tinha passado um dia de férias. Ao ver aquela barafunda toda, usou os poderes que o seu pai lhe tinha concedido, calou os animais e pô-los todos de quatro patas acabando de vez com aquilo. Quando pegou em Alcides, este já estava morto e correu para o castelo.
             No castelo, estava seu pai que, quando soube da notícia da morte da tartaruga heróica, pegou nela e lhe deu vida com todos os dons que a sua filha tinha tirado aos animais. A tartaruga reencarnou sobre a forma de humano, de nome Adão, mas sem memórias da sua vida como animal. Por isso, todos os homens são os antigos animais que perderam a memória e os seus poderes. Deste facto, surgiu algum ódio pelos animais aos homens e a, partir de então, algumas espécies começaram a atacar os humanos.

Eduardo Lima, 2º CBI, 2º prémio



                                                O Cinzento



Da janela do meu quarto, observo-me.
Estou como o dia
E como a chuva
que dança ao sabor do vento.

Danço ao paladar das minhas emoções,
Sem sabor.
Movimento-me como um boneco,
Desarticulado.

Olho em redor do meu quarto,
As pinturas de parede contrastam com o dia
Cores lilases confrontam
Um estado de melancolia.
Dia cinzento.




                Maria João Ribeiro, 1ºCBI, Menção Honrosa
   

Concurso de Textos EPMVC 2013/2014 - Cursos de Instrumentista - textos premiados


      Amor Eterno


Estava escuro. O sol ainda não nascera. Ao som das ondas, esperava a poveirinha pelo amado, que prometera chegar ao nascer do sol.
Encontrava-se sentada na areia gelada, trajava uma camisa branca e um colete vermelho, usava uma saia de branqueta e, à vista, estava o saiote de pano vermelho e com o orgulho mostrava “o listrão” (o símbolo do amor), que todo o pescador que “arribasse” à Galiza trazia para a sua amada. Quando o barco chegava à Póvoa de Varzim, o namorado gritava bem alto, com o braço no ar e com o “listrão” bem à vista. A amada corria para ele, arregaçava a saia e, na presença de toda a comunidade, apertava o “listrão” galego, sinal que o namoro tinha futuro.
De terço na mão rezava para que chegasse “bibinho da silva” e recordava todos os momentos vividos com o seu amado, em especial, o da primeira faina depois de assumir o “pregão”. Ele levou um lenço branco da sua poveirinha, quando voltou da pesca, ao entrar na barra colocou uma vara na proa e dependurou o lenço da sua amada, para que todas as pessoas soubessem que estava prestes a realizar o seu sonho de amor.
Ao nascer o sol, como prometera, estava o barco a entrar na barra e ele berrou “ Alá arriba” e todas as pessoas corriam a ajudar. O seu amado pescador empurrava pelas costas da embarcação, com a ajuda dos outros homens, para que o barco subisse, e as poveirinhas substituíam os troncos por onde a embarcação deslizava e o mestre, seu esposo, berrava “Alá arriba” que significa força para cima.
Do barco “Amor eterno”, agora em “terra firme” e a salvo, saiu o pescador que foi de encontro a quem o esperava e beijou-a sorrindo, pois sobrevivera a mais uma noite no mar, encheu o cabaz de peixe e lá vai a sua poveirinha de cabaz à cabeça, descalça, com o xaile enrolado à cinta, que marcava o ritmo das ancas. Na sua marcha apressada, apregoava a “sardinha bibinha” a sua voz cristalina entoava pelas ruas da Póvoa.
A poveirinha é uma mulher desinibida que desempenha com êxito as funções que noutra sociedade cabem ao homem, como o marido passa muitas horas no mar, fica impossibilitado de resolver alguns problemas familiares e, então, a esposa assume o papel de cabeça de casal.
No início da tarde, fazia a “obrigação do marido”, ajudando-o a levar as redes para casa, consertá-las e tingi-las. 
Anoitecera na Póvoa, a poveirinha fora dormir cedo ao lado do seu amado, pois ele teria de partir dentro de poucas horas.
Estava uma “morrinha” e o mestre observou o tempo, deu ordem para partirem em direção à lua cheia que iluminava a noite e o rumo da embarcação.
Ao longo da noite, o tempo piorava. O vento enfurecido empurrava a chuva, assobiava como um louco, as ondas devoravam as rochas da praia e a trovoada enchia de pânico a poveirinha que acordava em sobressalto. Aflita, pegou nas velas e correu para a “Igreja da Lapa” que em tempos de incertezas ou insegurança, tinha a porta encostada de noite ou dia, para que as pessoas pudessem rezar pelos seus familiares e colocar velas acesas aos santos da sua devoção, implorando a proteção dos pescadores. Ajoelhada em frente da Senhora da Assunção, de olhos marejados de lágrimas, pedia à grande madrinha e protetora dos pescadores pela vida do seu homem.
Ao amanhecer, lá estava ela sentada na areia esperando o “Amor eterno” que traria o seu esposo e os outros pescadores. De terço na mão, rezou durante horas e horas, esperou, esperou…. Por quem nunca mais voltou.
Esta é a história de um casal de pescadores que veem no mar um companheiro de trabalho, um fiel amigo onde depositam a esperança de uma vida melhor e, quando menos pensam, este destrói um grande amor.
O pescador é um homem corajoso que enfrenta o mar com garra e uma força inigualável, lutando para sobreviver e sustentar a sua família. Sempre se afirmou que “por detrás de um grande homem está uma grande mulher”, não devemos esquecer daquelas que, com o seu suor e lágrimas, contribuíram arduamente nesta saga da pesca. Trabalho, dedicação, sofrimento e eis que a alma singela de uma mulher contribui para a nobreza e reconhecimento do trabalho do homem.
Ser pescador é ser um orgulho, é ser um herói.

                                                                                   Carlos Torre, 2º CICT, 1º prémio


Entraste em mim


Entraste em mim
E fomos vida um do outro.

Tudo porque a magia do teu olhar
Entrou pelos meus olhos
Até ao fundo do meu coração.

Tudo porque o som da tua voz
Encheu os meus ouvidos
E preencheu todo o meu corpo.

Tudo porque o teu perfume
Invadiu o meu nariz
E fazia-me sorrir, pois sentia-te por perto.

Nada, apenas porque perdi o retrato que me deste
Se soubesses como ainda conheço cada pedacinho de teu rosto,
Hoje não teríamos de dizer nada!

Hoje, nada. As coisas que fazias
Eram rudes demais para mim
E meu amor era infeliz.

Mas não esqueci nada
Porque tu entraste em mim e jamais saíste.

          
                                                                                   André Rocha, 2º CISP, 2º prémio




Não me orgulho de ser assim. Este modo de viver torna a minha vida numa paleta de cores que a vida não tem.
Corroem-me pensamentos profundos que não fazem sentido, que me fazem parar no tempo.
Consomem-me mentiras do passado, receios do futuro, revolta do presente.
Perturba-me ser mais um, um mero ser humano, que se alimenta de sonhos, de esperança, que não fazem sentido.
Recordo-me de ter alguém a dizer-me para ter cuidado com a realidade, para acordar a tempo, pois quanto mais demorarem os sonhos a abandonarem a minha alma, maior será o abismo e o buraco onde cairei será cada vez mais fundo.
Infelizmente, conselhos como esses vieram tarde demais e, neste momento, não é possível sair do buraco obscuro a que chamo vida.
Dentro de mim há uma imensa mágoa por ser quem sou, há dor, vazio, desilusão em todos aqueles que me ajudaram, mesmo sabendo que aquele não era o caminho.
Estou insípida de ainda haver um mundo desconhecido dentro de mim.
Hoje percebo que sorrisos são disfarces daqueles que ainda não abriram os olhos e que ainda nem sabem o que são, nem sabem de que são os sorrisos, do que são feitos. Posso afirmar que são feitos de falsas esperanças, de uma falsa realidade. Esses mesmos sorrisos que ainda vivem na esperança e expectativa de uma mudança na sociedade.
A atual sociedade não quer saber dos problemas dos outros, simplesmente quer ser feliz, individualmente, e a isto chamo pura realidade.
Já pensei demasiado nos outros, já mantive confiança a mais nos outros. A esses demostro a minha sincera gratidão e, neste momento, um pedido de desculpas. Este pedido é, simplesmente, porque vou abandonar todos aqueles que já me fizeram bem mal.
Vou seguir em frente na indefinível esperança de um dia mais tarde ser feliz, com as minhas próprias decisões. Se com auxílio não fui capaz, na solidão tentarei.
Não esperar pela situação dos outros. Não esperar pela definição da minha vida dada por parte dos outros.
Até para desistir é necessário ter coragem, e demorei algum tempo para conseguir ser egoísta suficiente para perceber o mundo em que vivemos.
Viver assim tem sido uma aflição, tem sido rude.
Se, neste momento, alguém me quiser seguir, se alguém gostar de mim assim, aí perceberei o que andei a perder, tempo e tempo infinitos.
Mas, no final, limitamo-nos a ser humanos. A incerteza do amanhã persistirá sempre. A incerteza da decisão tomada persistirá sempre. 
Buscar caminho na incerteza é o maior desafio, pois as vicissitudes são imensas e não há certezas, só incertezas. Mas é a isto que se chama viver. A vida é uma meada que se enrola, desenrola, e volta  enrolar... Parece que estamos só a enrolar, mas estamos a construir um novelo.


                                                               Joana Lima, 1º CISP, Menção Honrosa


A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-los
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para nos encantarmos com a vida
 e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que podermos criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na nossa vida
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.


Hilton Costa, 2º CICT, Menção Honrosa


O Enigma

  Quando se arruma o sótão encontra-se de tudo! Fotografias antigas, brinquedos perdidos... Enfim, há de tudo! Mas desta vez foi diferente... Não encontrei brinquedos nem fotos, mas sim um caixa... Uma caixinha pequenina, cheia de pó… Mas aquilo que nela me chamou mais a atenção foi o facto de estar trancada!
Desci as escadas num ápice, até que me deparei com o meu padrasto. Este é um homem frio, distante e não é de grandes falas, enquanto que a minha mãe... Bem, a minha mãe era uma mulher afável, meiga e muito doce. Lembro-me pouco dela. Apenas restam umas memórias vagas, pois ela falecera num acidente de aviação e foi o meu padrasto que ficou, desde então, com a minha guarda.
Mal ele viu que eu encontrei aquela misteriosa caixa gritou comigo. Disse para eu nunca mais ir à sua procura e até mesmo para não voltar a falar sobre o assunto... Nem uma única palavra!
Óbvio que não iria desistir, o que poderia estar dentro daquele pequeno cofre? Que segredo, que tesouro escondido?
Nessa noite mal dormi, só pensava no que lá poderia estar, vinha-me tudo à cabeça! Não aguentei mais! Aproveitei a saída do meu padrasto para procurar a caixa. Revirei a casa toda e nada! Fui ao quarto dele e nada! Até procurei na casa de banho, mas sem sucesso. Aquela maldita não aparecia, por mais que a procurasse. A única opção era enfrentar a pessoa a quem querem que eu chame "pai", perguntar-lhe o porquê de não poder saber o enigma que aquele objeto escondia. Estava confiante que o ia fazer, mas, chegou a hora, e nada, faltou-me coragem!
Lembrei-me então da minha avó materna, talvez ela me pudesse ajudar ou desvendar algum possível mistério. Eu suspeitava que aquela pequena caixa fosse da minha mãe, pois era bastante feminina. Falei com ela e mostrou-se muito atrapalhada, não sabia o que dizer... Apenas me disse que não devia insistir em abri-la para o meu próprio bem! Bem, ao ouvir isto comecei a ficar preocupado. Como é que uma caixinha me poderia causar mal?
Falei também com a minha tia e perguntei-lhe se aquilo era da minha mãe. Ela só me respondeu para esquecer essa caixa, para fingir que nunca a tinha visto, também para meu próprio bem.
 A coisa começava a ficar séria, tanta gente a dizer para esquecer, para não me aproximar. Óbvio que um miúdo como eu não ia desistir! Tentei recordar-me onde escondia os meus segredos, as coisas que eu encontrava e não queria mostrar a ninguém! E cheguei a uma conclusão. Como não me tinha lembrado antes? Quando era muito pequenino eu escondia tudo no jardim, dentro da casota do meu cão. Pensei nunca mais lá voltar, pois a morte do meu melhor amigo foi um choque. Se calhar foi por isso que o meu padrasto escondeu lá a caixa, pensei.
Corri até a casota e parei, pensei que tinha de ser! Tudo dependia de mim, coragem e força era a única coisa que eu precisava. Entrei. Comecei a lembrar-me das brincadeiras que tivera com o meu fiel amigo, de todos os momentos que passara com ele. Continuei em frente e avistei a caixa um pouco coberta de terra. Só falta abri-la. Mas como?
Fui para o meu quarto e escondi aquele pequeno tesouro. Tentava desvendar aquele problema. Entretanto, o meu padrasto chegou e reparei num pormenor que até aquele dia me tinha passado despercebido: no seu porta-chaves havia uma pequenina chave. Seria a tal? Seria aquela que iria acabar com este mistério todo?
Anoiteceu. Já todos dormiam, menos eu, tinha de acabar com isto! Fui até á porta, peguei no porta-chaves e subi as escadas em pezinhos de lã. Estava quase, meti a chave na ranhura e respirei fundo e... Abriu! O pesadelo acabou. Dentro daquela pequena caixa encontrei um livro, um livro muito velho. Abri-o. Tinha uma foto de um bebé e de uma mulher. Não sabia de quem se tratava. Mas só podia ser: eu e a minha mãe! Era o diário dela. Era nele que ela depositava todos os sonhos e planos que tinha para nós. Li o livro com muita curiosidade, os seus projetos para nós os dois, os seus objetivos de vida, os seus sonhos.
Após ter concluído a leitura pensei: "porque será ninguém queria que encontrasse o diário?" E rapidamente cheguei a uma conclusão! Ninguém queria ferir os meus sentimentos. Não queriam que revivesse o passado, queriam que eu esquecesse e seguisse em frente, mas, acima de tudo, eles não queriam desenterrar as memórias, as lembranças que tanta dor lhes causara.
No final, o diário tinha uma nota da minha mãe para mim, que dizia: "filho se um dia chegares a ler isto é sinal que o meu corpo já não está presente, mas a minha alma estará sempre junto de ti nos bons e nos maus momentos. Só quero que saibas que fiz tudo para que fosses feliz e que também eu fui muito feliz ao pé de ti e do teu pai. Tenho um amor eterno por ti. A tua mãe!”
Desmanchei-me em lágrimas, uma simples frase fez-me sentir que afinal não estava só. De repente, senti uma mão a tocar-me no ombro. Era o meu padrasto. Olhou-me nos olhos de uma forma como eu nunca tinha visto e disse que estava tudo bem. Foi nesse momento que senti que afinal não era um homem frio, aliás era um homem muito sentimental, só não o sabia demonstrar. Levantei-me e corri para os seus braços e prenunciei a palavra que nunca pensei dizer. Chamei-lhe simplesmente PAI.

                                                              Isa Tavares, 2º CISP, Menção Honrosa